Mãe Senhora // Reprodução
É impossível desassociar o uso dos turbantes no Brasil às religiões de matriz africana. Obrigada a todxs xs ancestrais que resistiram para que hoje estivéssemos aqui ostentando coroas. Me lembro da fala de Xênia França no trecho de um vídeo da TV Preta onde ela fala sobre sermos protegidos por uma energia muito poderosa que nenhum tipo de sistema vai poder acabar. Isso é real.
Mesmo com toda a repressão, inclusive religiosa, vivida na escravidão para que as práticas dos cultos dos Voduns e dos Ifás fossem exterminadas, a conexão com as práticas eram completamente enraizada com o modus de vida. Mesmo com a obrigatoriedade de conversão ao catolicismo, ou pela lavagem cerebral que o racismo faz, onde muitas pessoas se converteram por acreditarem que essa religião branca era correta, demonizando os deuses e deusas de outras religiões, essas raízes não foram cortadas. E aí nascem as praticas sincréticas, onde em Cachoeira por exemplo temos a Irmandade da Boa Morte, ou no candomblé e umbanda, onde Iansã é celebrada no dia de Santa Barbara, e todas as correlações de santos católicos com o panteão de deuses da cultura #Yorubá.
Não use turbante se você não sabe respeitar as religiões de matriz africana. Não tô dizendo que deva ser dessas religiões para usar, porque eu também não sou. Mas pare de demonizar o sagrado. Porque até as baianas de acarajé, que também são referência no uso dos turbantes no Brasil são originárias dos cultos afro-religiosos. Alias, o acarajé é comida de Orixá. Eu rejeito a intolerância religiosa e o uso de turbantes por racistas e preconceituosos.
Essa primeira foto é um retrato de Mãe Senhora, mas não achei o autor da foto. E, na sequência, cultos dos Voduns do #Togo e #Benin que também não encontrei os autores.
Texto Thais Muniz @turbante.se
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